domingo, fevereiro 13, 2005

O circo

O “circo” ainda vai demorar mais uma semana.
Claro que isto é a versão oficial.
Demorará mais.
Não falo do “circo” dos autódromos.
Falo desta “barraca” montada, essencialmente, à escala nacional onde o cartão de visita é a degradação.
Isto entre outras “atracções” próprias de quem a isso se presta.
E digo degradação porque é um espectáculo triste, minguado de valores.
São as bandeirinhas (operadas pelos entusiastas de caravanas e comícios), em manifestações medíocres de jactância veneradora do caciquismo, são os autocarros pintados a rigor com as cores a dizer “eu penso por caderno de encargos” e os cartazes, execráveis, com poses a afectar serenidade, além do arcaboiço financeiro que tudo isso implica.
E um outro ainda, não menos pertinente, que me leva ao início deste texto: depois da ressaca, de se ter “exercido o dever”, se ter feito o “descargo de consciência” e se voltar à vidinha querida que se farta e à crítica no sofá ou ao balcão” ninguém irá querer saber. E o lixo continuará sob outro estado. Agora físico, pelas ruas, nos postes e caminhos rurais, pelas avenidas e parques.
Não há gente capaz, a palhaçada é triste e o país continua, apesar da seca, a afocinhar na lama.