sexta-feira, outubro 22, 2004

Luta, com luta

Olho para a minha secretária e sinto-me o D. Quixote.
No batalhão de papéis com apontamentos e ideias que por ali andam a pastar, vejo moinhos que se transfiguram, rebanhos que são exércitos e nigromantes que não existem.
Só p’ra mim.
Dialogo com o meu valoroso braço, convenço a mão a pegar na esferográfica que tem uma carga nova (às vezes o suborno surde efeito) e, fazendo dela a extensão do valoroso, como a lança, começo a luta.
E as ideias, que são essencialmente vadias, como as bruxas que dançam a ronda no pinhal do rei, teimam na folia.
Por vezes emalho-as e crio tecido ou rede.
Por vezes.