sexta-feira, outubro 22, 2004

Luta, com luta

Olho para a minha secretária e sinto-me o D. Quixote.
No batalhão de papéis com apontamentos e ideias que por ali andam a pastar, vejo moinhos que se transfiguram, rebanhos que são exércitos e nigromantes que não existem.
Só p’ra mim.
Dialogo com o meu valoroso braço, convenço a mão a pegar na esferográfica que tem uma carga nova (às vezes o suborno surde efeito) e, fazendo dela a extensão do valoroso, como a lança, começo a luta.
E as ideias, que são essencialmente vadias, como as bruxas que dançam a ronda no pinhal do rei, teimam na folia.
Por vezes emalho-as e crio tecido ou rede.
Por vezes.

sexta-feira, outubro 15, 2004

Bar do costume

Pensei em ir ao bar do costume.
Fui.
Nada diferente de ontem, anteontem ou antes de anteontem.
Vão persistindo as mesmas bocas de sempre dos mesmos autores de sempre sobre o mesmo traseiro de sempre.
Fui-me embora.

quinta-feira, outubro 07, 2004

Comboios e linhas.

No velho Oeste era hábito os comboios serem alvo de emboscadas e por vezes calhava apartarem-lhes as carruagens.
E, uma das medidas a que se recorria para evitar tais situações, era a de carregar as caldeiras.
Feita a analogia, dá-se conhecimento de que a linha deste blog vai passar a ser contínua.
Vai arrancar brevemente e a toda a lenha.
E bebo a isso.